21 de fevereiro de 2012

Como Vender Crochê - 1ª Parte

Agora que já conversamos sobre como calcular o preço das peças de Crochê vamos falar um pouco de outro tema que sempre me perguntam: como vender Crochê.


Vender Crochê é semelhante a comercializar qualquer outro artesanato com todas as dificuldades e méritos. Não é algo difícil mas alguns truques e dicas podem ajudar você, e em especial as iniciantes a conseguir um melhor resultado.

Há artesãs que fazem Crochê apenas para uso próprio ou presentear e até por terapia. Outras já se dedicam ao Crochê profissionalmente e como fonte complementar de renda. No meu caso é um pouco de cada uma, trabalho praticamente por encomendas já que minha produção é pequena, pois faço tudo sozinha. Não tenho nenhuma ajudante, no máximo o maridão que compra meus materiais e filma as vídeo aulas. Ainda sou dona de casa, mãe do Danilo e da Melody, professora, cuido do blog e o meu tempo fica pequeno.

Hoje vamos falar sobre a venda física, e amanhã falaremos sobre venda através da net.

A venda física é onde tudo se inicia e pode ser feita de diversas maneiras. A mais comum é a propaganda boca em boca onde uma cliente satisfeita mostra seu trabalho para outra que também gosta e quer comprar, aos poucos vai aumentando sua clientela. Algumas pessoas tem um certo dom para vendas e se saem muito bem neste tipo de comercio, outras mais timidas precisam de uma ajudinha.
Há outras opções como vender em feirinhas, através de sacoleiras, em outros comércios, etc.
Vamos falar um pouco de cada modalidade, mostrando os prós e os contras.

Boca em boca: é uma imensa alegria quando fazemos a primeira venda de uma peça em Crochê. Ficamos toda orgulhosa não é mesmo. E quando a pessoa que compra mostra para outra que gosta e também quer comprar e aparecem várias vendas/encomendas. Esta é a propaganda a moda antiga também chamada de boca em boca. Normalmente e assim que todas começam suas vendas. São as vizinhas, as colegas de trabalho, as colegas de escola, etc. A desvantagem é que nem sempre este efeito dura muito pois os circulos de amizades são limitados e os gostos também variam. É preciso também bom senso em saber a hora certa de parar sob o risco de ficar com fama de chata e escutar "lá vem a fulana querendo vender de novo..."

Feirinhas de artesanato: são uma boa opção para quem está começando. Há feiras de artesanatos famosas que atraem até mesmo turistas como a Feira da Torre aqui em Brasília. A vantagem deste tipo de venda é que seus produtos são mostrados para um grande número de pessoas e o publico que frequenta estas feiras são potenciais compradores de artesanatos. Capriche bem na exposição de seus trabalhos seja com cabides ou manequins. Prefira cores neutras e peças mais simples que são mais fáceis de serem vendidas. Uma dica é você fazer o seu Crochê durante a feirinha que é um atrativo a mais para as clientes, pois assim elas tem a certeza que se trata de um produto artesanal. Ficar atenta para as estações do ano, roupas de frio antes e durante o inverno por exemplo. A desvantagem é que a concorrência costuma ser grande pois há várias barraquinhas que vendem exatamente o mesmo produto que você e isso acaba por nivelar o preço de venda. Se for um produto que esta na moda é mais grave ainda. Fique atento para o preço praticado pela concorrência, pois o seu não pode ser muito diferente. Se o seu preço for mais alto não vai vender e se for muito abaixo vai arrumar inimizades rapidamente o que não é bom, lembre-se que você faz parte de um grupo de feirantes. Outro detalhe é que as peças por estarem expostas acabam sofrendo alguns desgastes e ficam feias se forem levadas várias vezes sem serem vendidas. Além disso é preciso estar atenta as novidades e renovar suas peças sempre.

Sacoleiras: são aquelas pessoas que vendem mercadorias de porta em porta muito comum em grandes cidades. Geralmente quem vende não é a própria artesã mas sim outra pessoa que já tem uma rota e freguesia própria. A vantagem é que costumam vender bem pois são “profissionais de venda” coisa que nem todas artesãs tem como dom. A desvantagem é que costumam “chorar muito” no preço pois vão ter de revender seus crochês com uma margem para sobrar algum lucro para elas o que é justo. Costumam até vender a prazo para suas clientes. Procure vender apenas a vista ou se for a prazo informe antes sobre a sacoleira para evitar problemas.

Outros comércios: há lojas que pegam seus produtos para venda em consignação. Se venderem lhe pagam o valor combinado, caso contrário devolvem as peças. Nem sempre são comércios especializados em artesanato. Há armarinhos que fazem isso e até Salões de Beleza onde o publico cliente é quase que exclusivamente feminino. Em Brasília há lojas chamadas de Sacarias que vendem muitas peças de Crochê, normalmente feitas por cooperativas. A vantagem é que costumam vender bem seus produtos mas também costumam pechinchar muito no seu preço já que na pratica estão comprando para revender, são quase atacadistas.
Uma boa dica para quem mora nas grandes cidades e se entrosar junto a Escolas, Órgãos Públicos, Associações, etc pois costumam ser um ótimo local para vender artesanatos. Neste caso é bom se informar antes a necessidade de autorização para venda pois pode haver normas proibindo esta pratica.

Peças boas para venda:

Isso é algo complicado pois o Brasil é um país gigante e multicultural. O que se usa em uma região chega a ser desconhecido em outras. Para quem está começando eu recomendo peças que sejam baratas e fáceis de serem vendidas.
Sugiro três opções: as peças para bebê, os trabalhos para o lar em barbante e bolsas.

As peças para bebê são ótimas para vender, qual é a futura mamãe ou vovó que resiste a um lindo sapatinho em Crochê? O tênis modelo All Star é um campeão de vendas embora outros modelos não fiquem muito atrás. Os casaquinhos, mantas, luvinhas, etc são bons de venda também. Use sempre fios especiais para bebê ou fios 100% algodão e cuide muito da higiene da peça durante sua execução, nada de sujeirinhas ou pelos de animais. É um publico muito exigente neste ponto afinal os bebês são delicados.


Outra opção interessante são as feitas em barbante. Este material está entre os fios mais baratos do mercado e com bom rendimento. O fato de ser barato não quer dizer falta de qualidade, lembre-se que cliente satisfeito é para toda vida. Com pouco investimento você produz muitas peças que são de giro rápido. Os tapetes, caminhos de mesa, toalhinhas, jogos de banheiro estão entre os principais. As peças de decoração para o lar tem muitas admiradoras.

Bolsas e mochilas também tem boa saída. A Fat Bag, a Bolsa Floral e a Jolie são os maiores exemplos de sucesso. As “bolsólotras” sempre tem uma bolsa de Crochê no guarda-roupa. Tenho uma cliente que já comprou 6 bolsas do mesmo modelo mudando a cor e o tamanho em poucos meses.



As peças de vestuário também são boas de venda, mas ai já entram outros detalhes como tamanho e cor que complicam um pouco. Mesmo não vendendo a peça pronta tem sempre a opção de fazer por encomenda para a cliente e assim produzir a peça no tamanho e cor desejada.

Dicas importantes:

- O acabamento do Crochê deve ser primoroso, pontas de linha sem o arremate perfeito desvalorizam seu trabalho. Quem compra Crochê é porque gosta e normalmente entende também. Pontos mal feitos ou errados condenam seus trabalhos.
- A apresentação também é fundamental. Dobre as peças cuidadosamente e sempre da mesma posição e embale de forma individual em saquinhos plásticos.
- Escolha os materiais com muito critério, fios de qualidade produzem trabalhos mais bonitos e duráveis. Se uma cliente comprar um tapete e na primeira lavada ele perder a cor você também perde a cliente.
- Agradeça sempre a cliente, um muito obrigada e essencial. E faça cartões de visita para distribuir a vontade. É a propaganda mais barata que existe.

Vamos ficar por aqui, pois este texto já está ficando mais longo que imaginei. Amanhã falaremos de venda pela net.



8 comentários:

Fátima disse...

oi Elaine,sou como vc faço tudo sozinha tbm,por isso sempre faço meus trabalhos sob encomenda,valeu esse post,muito bom mesmo,sem contar q o seu blog é tudo na vida aaaaamei,passa lá no meu tbm tem alguns post.Um abraço

Faniquito disse...

Oii, Elaine querida !!!

Eu li tudo que vc disse sobre os preços das peças e agora essa verdadeira aula e guia para quem está pensando ou precisando comercializar suas artes !!!

Faço para uso próprio e para presentear mas tenho certeza q teu post vai ser o empurrão que faltava para muitas leitoras...parabéns por pensar nisso e disponibilizar teus conhecimentos.

Beijinhos

Ana

Aislan Saraiva disse...

nossa estou ansiosa pelas dicas de vendas pela net acho que esse vai ser o empurrão que eu estava esperando pois faço crochê por terapia só pra meu uso mas sempre tive vontade de vender pela net...Beijos Elaine...

TRICÔ À MÁQUINA ROSE MARY disse...

LINDOS SEUS TRABALHOS,MAS HOJE VIM TE CONVIDAR PARA FAZERES UMA VISITINHA NO MEU BLOG. TEM UM VÍDEO MUITO ESPECIAL PARA MIM E GOSTARIA DE COMPARTILHAR COM VOCÊ.ABRAÇOS

Vânia de Recife disse...

Oi Elaine!
Eu e minha mãe fazemos crochê, e temos dificuldade de vender. Fazemos p/ decorar a casa, às vezes p/ presentear. Moro em Recife e tem pessoas aqui que querem o crochê muito barato, e ficamos sem lucro. As linhas de crochê na minha cidade, ñ são tão baratinhas ñ. Acho um pouco complicado vender esse tipo de trabalho, principalmente na minha cidade.
Agradeço pelas dicas. Saúde a todos vcs! Um abraço!

Giovana Guerdão disse...

Obrigada pelas dicas, tenho certa dificuldade em vender meu artesanato sou caprichosa e sou fãnática por croche. Adorei esta suas primeiras dicas pois já me deparei com várias maneiras de venda, ainda não emplaquei mais futuramente pretendo viver da minha arte, faço outros artesanatos mais o croche leva um pouco mais da meu tempo.Beijus e obrigada!!!!

Dri disse...

Oi como você eu tambem amo fazer croche e sempre estou passando ver suas novidades, venham tamber ver meu blog sou iniciante no assunto mas me sigam

Unknown disse...

Obrigado pelas dicas Elaine,ficarei atenta pelas dicas de venda pela net.abraços.